Em uma manobra surpreendente, a Ucrânia desdobrou unidades de suas forças especiais na Síria para combater mercenários russos, segundo informações do Kyiv Post. Estas tropas ucranianas estão apoiando rebeldes sírios em uma luta contra o regime do presidente Bashar al-Assad no sudoeste do país.
Relatórios indicam que um vídeo, datado de março de 2024 e obtido de fontes dentro da Direção Principal de Inteligência da Ucrânia, mostra as forças especiais ucranianas atacando pontos de controle russos, patrulhas e comboios de equipamento militar na região. As tropas ucranianas utilizaram granadas propelidas por foguetes, morteiros improvisados, conhecidos como “Tarab”, e dispositivos explosivos improvisados controlados por fio ou rádio durante os ataques.
Uma fonte de inteligência ucraniana, que preferiu não ser identificada, afirmou que as tropas têm apoiado os rebeldes sírios em múltiplos ataques contra instalações militares russas desde o início do ano. A presença militar da Ucrânia na Síria, no entanto, não havia sido reportada até agora.
Esta nova frente de combate surge em meio à contínua guerra da Ucrânia com a Rússia, levantando questões sobre a capacidade de Kiev de dividir suas forças em múltiplos teatros de operação. Alexander Libman, professor de Política Russa e da Europa Oriental na Universidade Livre de Berlim, destacou que o envio de tropas para fora do país é surpreendente, dada a necessidade crítica de recursos humanos no campo de batalha ucraniano.
Ainda assim, esta não é a primeira vez que as forças especiais ucranianas são vistas fora de seu território. Em fevereiro, foram reportados confrontos entre tropas ucranianas e mercenários do Grupo Wagner no Sudão, conforme vídeo compartilhado pelo Kyiv Post. Sergey Sukhankin, do Jamestown Foundation, sugeriu que tais operações possam fazer parte de um acordo tácito entre aliados ocidentais e a Ucrânia para combater mercenários russos na África, em troca de apoio militar à Ucrânia.
O envolvimento da Ucrânia em múltiplos fronts sublinha a complexidade e a expansão do conflito, que agora se estende além das fronteiras tradicionais, envolvendo diversos atores internacionais e multiplicando os pontos de tensão global.