Em um movimento audacioso, forças ucranianas anunciaram nesta segunda-feira que conseguiram atingir um sistema de mísseis russo S-300 utilizando armas fornecidas pelo Ocidente. A confirmação veio através de uma postagem no Facebook da ministra do governo ucraniano, Iryna Vereshchuk, que compartilhou uma imagem do ataque bem-sucedido. “Queima lindamente. É um S-300 russo. Em território russo. Os primeiros dias após a permissão para usar armas ocidentais em território inimigo”, escreveu Vereshchuk.
A ação ocorre poucos dias após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conceder permissão para que a Ucrânia realize ataques limitados com armas americanas em territórios russos na região de Kharkiv. Esta decisão marca uma mudança significativa, já que anteriormente várias nações europeias haviam removido as restrições sobre o uso dessas armas.
Embora não tenha sido confirmado se as armas usadas no ataque foram fornecidas pelos EUA, a permissão concedida por Biden é vista como um passo ousado e inovador. A medida permite à Ucrânia atingir apenas alvos em torno de Kharkiv, utilizando mísseis de curto alcance conhecidos como GMLRS, com alcance de aproximadamente 70 quilômetros.
Analistas militares elogiaram a decisão, mas com ressalvas. Franz-Stefan Gady, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, afirmou à CNN que esses ataques permitirão à Ucrânia complicar as operações militares russas contra Kharkiv, atacando áreas de retaguarda, centros de comando e depósitos de suprimentos. No entanto, a efetividade a longo prazo dessas ações ainda está sob avaliação.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, saudou a decisão de Biden como um “passo à frente” crucial para a defesa da região de Kharkiv. Esta nova fase do conflito, com a utilização de armas ocidentais em território russo, poderá redefinir os limites e as estratégias das operações militares em curso.
A tensão na região aumenta, com a Rússia mais uma vez recorrendo a ameaças nucleares em resposta à crescente ajuda militar ocidental à Ucrânia. O desenrolar dos próximos dias será crucial para determinar o impacto dessa nova política nos campos de batalha da Europa Oriental.