Havana, Cuba – 13 de junho de 2024 – Em um movimento que aumenta as tensões geopolíticas, um submarino de ataque dos Estados Unidos e um dos submarinos mais formidáveis da Rússia estão atualmente estacionados em Cuba. A chegada quase simultânea dessas embarcações de guerra subaquáticas sinaliza um momento delicado nas relações internacionais, especialmente em meio ao conflito em curso na Ucrânia.
O submarino de ataque rápido da Marinha dos EUA, USS Helena, chegou à Baía de Guantánamo na quinta-feira, conforme revelado pelo Pentágono. A embarcação, da classe Los Angeles, está em Cuba como parte de uma visita de rotina ao porto, enquanto conduz uma missão de “segurança marítima global e defesa nacional” na área de responsabilidade do Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM).
O USS Helena, comissionado no final dos anos 1980, é uma peça chave da força submarina da Marinha dos EUA. Este submarino nuclear é armado com torpedos, mísseis de cruzeiro Tomahawk e mísseis anti-navio Harpoon, tornando-o uma plataforma de ataque versátil e poderosa.
A mais de 800 quilômetros de distância, próximo a Havana, encontra-se o Kazan, um submarino russo da classe Yasan. Parte de uma flotilha de navios russos que chegaram para exercícios marítimos no Caribe, o Kazan é uma ameaça significativa devido às suas capacidades de ataque e furtividade. Os submarinos da classe Yasan são relativamente novos, com o primeiro sendo comissionado há pouco mais de uma década, e são equipados com armamentos pesados para conduzir ataques contra alvos terrestres e marítimos.
Um porta-voz do SOUTHCOM afirmou que a chegada do USS Helena não foi uma resposta direta à presença dos navios russos. “As atividades da Rússia não representam uma ameaça ou preocupação para os Estados Unidos, e não vemos razão para alterar as atividades planejadas previamente em resposta à atividade russa na região”, disse.
Por outro lado, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, classificou a visita como uma “prática normal” e afirmou que Moscou não vê motivo para preocupação. No entanto, a atividade naval russa é vista por alguns como uma tentativa de demonstrar poder naval após a perda de vários navios no Mar Negro para mísseis e drones ucranianos.
A visita dos submarinos ocorre em meio a tensões elevadas entre Washington e Moscou devido à guerra na Ucrânia. Recentemente, os EUA levantaram algumas restrições, permitindo que os ucranianos atacassem o território russo com armas fabricadas nos EUA, uma medida que foi recebida com indignação pelo Kremlin.
Sabrina Singh, porta-voz adjunta do Pentágono, afirmou que os EUA estão monitorando os movimentos navais russos e descreveu a visita ao porto como uma visita “rotineira” que não surpreende. “Estamos sempre monitorando constantemente qualquer embarcação estrangeira operando perto das águas territoriais dos EUA”, disse Singh durante uma coletiva de imprensa na quarta-feira. “Claro que levamos isso a sério, mas esses exercícios não representam uma ameaça para os Estados Unidos.”