Em uma manobra controversa e alarmante, a Rússia tem forçado migrantes e estudantes africanos a se juntarem às suas forças armadas na guerra contra a Ucrânia. Segundo um relatório da Bloomberg, milhares de africanos foram coagidos a se alistar sob a ameaça de não terem seus vistos renovados ou serem deportados.
Fontes europeias relataram que a Rússia tem recorrido a medidas extremas para suprir a carência de soldados em seu exército. Além de utilizar prisioneiros, agora o país está pressionando migrantes e estudantes. “Alguns trabalhadores africanos foram ameaçados com deportação se não concordassem em lutar”, afirmou uma autoridade europeia à Bloomberg. Em situações desesperadoras, alguns optaram por subornar oficiais russos para evitar o recrutamento.
Esta não é a primeira vez que a Rússia adota métodos não convencionais para reforçar suas tropas. Desde o início da guerra, o país tem utilizado sua população carcerária como um recurso para o combate. Em outubro, o vice-ministro da Justiça russo, Vsevolod Vukolov, revelou que a população carcerária do país caiu para um nível histórico de 266.000, em comparação aos 420.000 antes do conflito.
A dependência da mão de obra migrante pode agravar ainda mais a situação econômica russa, que já enfrenta sérias escassez de trabalhadores. “O desemprego está em 3%, e em algumas regiões é ainda menor”, informou Elvira Nabiullina, governadora do Banco Central da Rússia, em novembro. “Isso significa que praticamente não há mais trabalhadores disponíveis na economia.”
A ministra das Relações Exteriores da Rússia não respondeu aos pedidos de comentários da Bloomberg sobre a situação. A prática de conscrição forçada tem gerado indignação e preocupação internacional, destacando as extremidades a que a Rússia está disposta a ir para manter sua campanha militar.
Enquanto a guerra na Ucrânia continua, a comunidade internacional observa com crescente alarme as táticas empregadas pela Rússia para manter seu esforço de guerra.