A crescente tensão entre Rússia e Estados Unidos atingiu um novo pico nesta segunda-feira, 3 de junho de 2024, quando o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, emitiu um severo alerta sobre o uso de armas americanas pela Ucrânia contra alvos dentro do território russo. Ryabkov afirmou que os EUA enfrentarão “consequências fatais” caso Kiev utilize armamentos fornecidos por Washington para realizar ataques contra a Rússia.
Esta declaração vem em resposta à recente decisão do presidente americano, Joe Biden, que flexibilizou as restrições sobre o uso de armamentos americanos pela Ucrânia. Biden autorizou ataques contra quaisquer alvos russos envolvidos na ofensiva em Kharkiv, uma cidade no nordeste ucraniano, mesmo que estejam dentro do território russo.
“Gostaria de alertar os líderes americanos contra erros de cálculo que poderiam ter consequências fatais. Por razões desconhecidas, eles subestimam a seriedade da rejeição que podem receber”, advertiu Ryabkov.
O presidente russo, Vladimir Putin, já havia alertado sobre o risco de um conflito global mais profundo, afirmando que qualquer nação ocidental que permitisse o uso de suas armas contra a Rússia estaria se envolvendo diretamente no conflito. “Peço a estas figuras nos Estados Unidos que levem a sério o aviso de Putin”, acrescentou Ryabkov.
As agências de notícias russas relataram que, segundo Ryabkov, qualquer tentativa de Kiev de atacar os sistemas de alerta precoce da Rússia não seria bem-sucedida e resultaria em uma resposta “severa”.
Enquanto isso, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou que a defesa de seu país está sendo “seriamente limitada” pelas restrições sobre o uso de armas ocidentais. Mesmo com a liberação dos sistemas de foguetes Himars pelos EUA para a defesa de Kharkiv, Zelensky afirmou que isso não é suficiente para proteger a Ucrânia dos ataques russos.
O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, defendeu o direito da Ucrânia à autodefesa, inclusive em território russo, mas reafirmou que isso não torna a aliança uma parte ativa do conflito.
A situação continua a evoluir, com o mundo observando de perto os próximos movimentos das grandes potências envolvidas.