Em um cenário de crescente tensão na Europa Oriental, parlamentares dos países bálticos alertaram autoridades alemãs sobre a possibilidade de enviar tropas à Ucrânia caso a Rússia obtenha avanços significativos no conflito. A informação foi divulgada pelo jornal alemão Der Spiegel, que relatou que a advertência foi feita durante a Conferência Lennart Meri em Tallinn.

Os representantes bálticos enfatizaram que a medida seria uma resposta direta à política atual do chanceler alemão Olaf Scholz, que tem negado permissão para que a Ucrânia utilize armamentos fornecidos pela Alemanha em ataques a solo russo. Essa posição, alinhada com a dos Estados Unidos, visa evitar uma escalada direta do conflito. No entanto, os oficiais bálticos argumentam que essa abordagem pode ser vista como uma tentativa tímida de ajudar Kyiv, o que poderia acabar favorecendo a Rússia.

A preocupação dos países bálticos é que, se Moscou conseguir ganhos significativos no leste da Ucrânia, suas próprias fronteiras poderiam estar em risco. Dessa forma, eles consideram a possibilidade de enviar tropas, junto com a Polônia, para apoiar a Ucrânia antes que a Rússia possa ameaçar diretamente seus territórios.

O receio de uma escalada do conflito é compartilhado por outros membros da OTAN, especialmente após a recente ofensiva russa no nordeste da Ucrânia. A situação em Kharkiv, que tem sofrido bombardeios intensos, é particularmente alarmante, com a Rússia capturando várias localidades nas proximidades.

Além disso, a Rússia provocou mais inquietação ao propor mudanças em suas fronteiras marítimas com a Finlândia e a Lituânia, e ao remover boias de marcação na fronteira com a Estônia. Em resposta, seis nações da OTAN anunciaram a construção de uma “parede de drones” para reforçar suas fronteiras terrestres e marítimas.

Os países bálticos e a Polônia têm sido alguns dos mais vocais defensores de uma ação mais firme da OTAN em apoio à Ucrânia, temendo que, se a Rússia conquistar a Ucrânia, o próximo alvo poderia ser eles mesmos.

Esta situação complexa e volátil continua a evoluir, e a comunidade internacional observa atentamente os próximos passos de ambos os lados do conflito.