Em um desenvolvimento surpreendente, o presidente russo Vladimir Putin está disposto a “congelar” a guerra na Ucrânia nas atuais linhas de frente, segundo um relatório divulgado pela Reuters nesta sexta-feira. A notícia, que cita quatro fontes anônimas próximas ao Kremlin, sugere que Putin está aberto a um cessar-fogo imediato, embora ainda esteja preparado para continuar o conflito se necessário.

De acordo com uma das fontes, que já trabalhou diretamente com Putin, “Putin pode lutar pelo tempo que for necessário, mas também está pronto para um cessar-fogo — para congelar a guerra”. No entanto, não foi possível verificar de forma independente essas informações.

A perspectiva de negociações de paz entre Kyiv e Moscou já foi levantada várias vezes desde a invasão russa em fevereiro de 2022, mas sem avanços concretos. Segundo a Reuters, das cinco fontes consultadas, três acreditam que Putin pretende evitar uma mobilização nacional em grande escala, que seria necessária para conquistar mais territórios na Ucrânia.

Após a mobilização parcial em 2022, a popularidade de Putin sofreu uma queda significativa, e ele estaria cauteloso em repetir a medida. Neil Melvin, diretor de Estudos de Segurança Internacional no Royal United Services Institute (RUSI), destacou que uma mobilização em massa poderia expor as famílias russas aos verdadeiros custos da guerra.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou à Reuters que a Rússia está aberta a conversações e que Putin não deseja uma “guerra eterna”. No entanto, o Kremlin mantém algumas condições inegociáveis, incluindo o reconhecimento das anexações de 2022 de quatro regiões ucranianas.

John Bolton, ex-Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, sugeriu que Putin pode estar aguardando os resultados das eleições presidenciais americanas de novembro para decidir sobre um cessar-fogo, especialmente se Donald Trump vencer, acreditando que poderia conseguir um acordo mais favorável.

A situação permanece tensa, e o mundo aguarda ansiosamente os próximos passos no conflito que tem devastado a Ucrânia e impactado a geopolítica global.