Autoridades americanas estão em alerta máximo para uma possível ação militar da Coreia do Norte nas vésperas das eleições presidenciais dos EUA em novembro, segundo um relatório da NBC News. Seis altos funcionários dos EUA afirmaram que tal movimento pode ser incentivado pelo presidente russo Vladimir Putin, com o objetivo de criar caos durante o processo eleitoral.

“Não temos dúvidas de que a Coreia do Norte será provocativa este ano. A questão é até que ponto isso irá escalar”, comentou um oficial de inteligência dos EUA. A preocupação surge em meio ao fortalecimento dos laços militares entre a Coreia do Norte e a Rússia nos últimos anos.

Uma possível reunião entre o líder supremo norte-coreano Kim Jong Un e Putin está sendo preparada, conforme anunciado pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. “O presidente Putin tem um convite ativo para uma visita oficial à Coreia do Norte. O encontro está sendo preparado e anunciaremos as datas oportunamente”, disse Peskov.

Desde o início da invasão russa à Ucrânia em fevereiro de 2022, a cooperação entre Rússia e Coreia do Norte tem se intensificado. Pyongyang tem enviado munições para Moscou, oficialmente para apoiar as forças russas, mas também para testar seus equipamentos no campo de batalha. Em troca, a Coreia do Norte espera obter sistemas de armas avançados e conhecimentos tecnológicos da Rússia para fortalecer seus programas de defesa, nuclear e espacial.

A administração Biden está particularmente preocupada com o impacto dessa aliança no desenvolvimento das capacidades nucleares de Pyongyang, o que poderia aumentar as tensões na região da Ásia-Pacífico. Embora a China, um aliado crucial para ambos os países, provavelmente não deseje instabilidade na região, o risco de ações agressivas permanece alto.

Rachel Minyoung Lee, pesquisadora sênior do programa 38 North no Stimson Center, expressou preocupação de que os laços mais estreitos entre a Coreia do Norte e a Rússia possam “encorajar” Kim Jong Un a adotar ações militares ou diplomáticas mais agressivas nos próximos anos.

Enquanto as eleições se aproximam, os Estados Unidos monitoram de perto os movimentos de Pyongyang e Moscou, cientes de que qualquer provocação poderia ter repercussões significativas na política interna e externa do país.