Washington, EUA – Em uma revelação que pode redefinir os rumos da geopolítica na Ásia, os Estados Unidos anunciaram planos para transformar o Estreito de Taiwan em um “inferno de drones” caso a China tente invadir a ilha. A estratégia, descrita pelo almirante Samuel Paparo, comandante do Comando Indo-Pacífico dos EUA, visa criar uma barreira letal e não tripulada para atrasar e complicar qualquer ofensiva chinesa.
A Estratégia do ‘Inferno de Drones’
Durante o Shangri-La Dialogue Summit, um evento promovido pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, o almirante Paparo explicou que a intenção é utilizar milhares de sistemas não tripulados, incluindo drones aéreos, navios de superfície e submarinos, para criar uma zona de defesa impenetrável. “Quero transformar o Estreito de Taiwan em um inferno não tripulado usando várias capacidades classificadas”, afirmou Paparo ao The Washington Post.
Objetivo: Ganhar Tempo
A estratégia tem como objetivo principal ganhar tempo para que as forças americanas possam reagir adequadamente a uma invasão. “Posso tornar a vida deles completamente miserável por um mês, o que me dá tempo para o resto das ações”, acrescentou o almirante. A ideia é que essa linha de defesa inicial possa desorganizar e atrasar as forças chinesas, permitindo uma resposta mais robusta dos EUA e de seus aliados.
Investimentos em Tecnologia
Para viabilizar essa estratégia, os EUA estão investindo pesadamente em drones baratos e confiáveis através da iniciativa Replicator. Lançado oficialmente no ano passado pelo Departamento de Defesa, o programa visa desenvolver e implantar milhares de sistemas autônomos. Em março, a vice-secretária de Defesa Kathleen Hicks anunciou que o Pentágono pretende gastar US$ 1 bilhão neste ano fiscal para avançar com o Replicator.
Contexto Geopolítico
A revelação da estratégia dos EUA ocorre após uma série de exercícios militares chineses em torno de Taiwan, que levantaram questões sobre como seria um bloqueio ou invasão da ilha. Durante esses exercícios, a China demonstrou sua capacidade de cercar a ilha rapidamente, uma manobra que foi observada de perto pelos militares americanos. “Parecia um ensaio para uma invasão”, disse Paparo ao jornal japonês Nikkei. “Observamos, tomamos nota e aprendemos com isso.”
Reação e Preparação
A estratégia do “inferno de drones” é uma resposta direta à vantagem numérica da China em termos de navios, mísseis e pessoal militar. “Vamos contrapor a massa do Exército de Libertação Popular com nossa própria massa, mas a nossa será mais difícil de planejar, atingir e vencer”, afirmou Hicks no ano passado. A nova abordagem visa criar uma vantagem assimétrica que possa neutralizar a superioridade numérica chinesa.