O presidente russo, Vladimir Putin, declarou nesta quarta-feira que a Rússia pode fornecer armas de longo alcance a outros países para atacar alvos ocidentais, em resposta à decisão dos aliados da OTAN de permitir que a Ucrânia use suas armas para atacar o território russo. Essa afirmação foi feita durante uma rara sessão de perguntas com jornalistas internacionais, um evento que se tornou incomum desde que Moscou enviou tropas para a Ucrânia.
Putin reiterou a disposição de Moscou em usar armas nucleares caso perceba uma ameaça à sua soberania. Ele alertou que as recentes ações do Ocidente podem minar ainda mais a segurança internacional e levar a “problemas muito sérios”.
“A entrega dessas armas à zona de combate para lançar ataques em nosso território marca a participação direta na guerra contra a Federação Russa, e reservamos o direito de agir da mesma forma”, afirmou Putin.
Os Estados Unidos e a Alemanha autorizaram recentemente a Ucrânia a atingir alvos em solo russo com as armas de longo alcance fornecidas a Kyiv. Fontes ocidentais confirmaram que a Ucrânia já utilizou armas americanas para atacar dentro da Rússia, sob orientação recentemente aprovada pelo presidente Joe Biden.
Putin alegou que o uso de algumas dessas armas fornecidas pelo Ocidente envolve o controle militar dos países que as fornecem, o que justificaria uma resposta “assimétrica” da Rússia em outras partes do mundo. No entanto, o exército americano negou controlar os alvos ou os mísseis fornecidos à Ucrânia.
“Se eles consideram possível entregar essas armas à zona de combate para criar problemas para nós, por que não temos o direito de fornecer armas do mesmo tipo a algumas regiões do mundo para lançar ataques em instalações sensíveis dos países que fazem isso conosco?”, questionou Putin.
Durante a sessão, Putin também abordou a possibilidade de uso de armas nucleares, mencionando que as condições para tal estão claramente definidas na doutrina de segurança de Moscou. Ele destacou que o Ocidente parece acreditar que a Rússia nunca usará essas armas, mas advertiu que, se a soberania e integridade territorial da Rússia forem ameaçadas, todos os meios disponíveis seriam considerados.
Essa declaração alarmante ocorre em meio a um cenário internacional já tenso e suscetível a novos conflitos. A advertência de Putin marca um novo capítulo na complexa relação entre a Rússia e o Ocidente, exacerbada pelos contínuos confrontos na Ucrânia.