Os Estados Unidos têm sido “muito passivos” em relação aos Houthi no Mar Vermelho e deveriam mirar diretamente seus líderes, afirmou o general aposentado Kenneth F. McKenzie. Em uma entrevista ao programa “Face the Nation” da CBS, o ex-comandante do Comando Central dos EUA (CENTCOM) criticou a abordagem atual dos EUA, sugerindo uma ação mais agressiva contra os líderes Houthi.
“Temos sido muito passivos”, disse McKenzie. “Permitiu-se que os Houthi dominassem efetivamente as comunicações marítimas globais ao fechar o Canal de Suez”. Os Houthi têm usado drones e mísseis para atacar navios comerciais no corredor do Mar Vermelho, pressionando Israel e o Ocidente devido à guerra em Gaza.
Em resposta a esses ataques, o grupo de ataque do porta-aviões Dwight D. Eisenhower da Marinha dos EUA passou meses combatendo os Houthi nas principais rotas marítimas do Mar Vermelho e do Golfo de Aden, garantindo a passagem segura do transporte comercial internacional. Segundo dados compartilhados por oficiais da Marinha com o Business Insider, esse grupo de ataque já visou mais de 400 alvos Houthi em dezenas de operações de autodefesa.
No entanto, McKenzie, que supervisionou a famosa operação de 2019 para capturar ou matar o líder do ISIS, Abu Bakr al-Baghdadi, acredita que os EUA precisam ir além. Ele sugere que a Marinha dos EUA deve focar nos líderes Houthi e em suas instalações de comando e controle no Iêmen. “Argumento que a ameaça de escalada é muito pequena se conduzirmos esses ataques”, afirmou McKenzie.
A complexidade da situação é aumentada pelo apoio do Irã aos Houthi com armamentos, além de seu uso do conflito para fortalecer o apoio doméstico no Iêmen. Yahya Sare’e, porta-voz das Forças Armadas do Iêmen, prometeu continuar os ataques até que a “agressão” israelense em Gaza cesse.
A Diretora de Inteligência Nacional, Avril Haines, alertou recentemente sobre a perspectiva de um conflito prolongado, destacando que a ameaça dos Houthi provavelmente permanecerá ativa por algum tempo. Enquanto os EUA e seus aliados europeus continuam a patrulhar o Mar Vermelho, a exigência de uma abordagem mais direta e agressiva está ganhando força, refletindo a crescente tensão na região.