Varsóvia, 25 de maio de 2024 – Em uma declaração contundente, o Ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, afirmou que os Estados Unidos responderão com força total contra forças russas na Ucrânia caso a Rússia utilize armas nucleares. A declaração foi feita em uma entrevista ao jornal “The Guardian”, destacando a seriedade das repercussões de uma possível escalada nuclear no conflito em curso.

Segundo Sikorski, os Estados Unidos comunicaram claramente à Rússia que qualquer detonação nuclear, mesmo sem causar vítimas, resultará em ataques convencionais devastadores contra todas as posições russas na Ucrânia. “Os americanos disseram aos russos que, se explodirem uma bomba nuclear, mesmo que não mate ninguém, atingiremos todos os seus alvos na Ucrânia com armas convencionais, destruiremos todos eles”, afirmou o ministro.

A postura firme dos EUA é uma resposta aos repetidos alertas nucleares feitos pelo presidente russo Vladimir Putin desde o início da invasão em larga escala em fevereiro de 2022. Apesar das ameaças, até o momento, a Rússia não recorreu ao uso de seu arsenal nuclear.

Além disso, Sikorski revelou que potências globais como China e Índia também advertiram a Rússia contra o uso de armas nucleares, temendo uma reação em cadeia que poderia levar países como Japão e Coreia do Sul a desenvolverem seus próprios programas nucleares.

O ministro polonês também expressou apoio à remoção das restrições sobre o uso de armas ocidentais pela Ucrânia para atingir alvos dentro da Rússia, alinhando-se a recentes declarações de líderes da OTAN e dos Estados Unidos.

Enquanto a Polônia aumenta seu orçamento militar para 4% do PIB, Sikorski destacou a necessidade de maior investimento em defesa por parte dos países europeus, sublinhando que a Europa ainda está atrasada em relação à sua capacidade de defesa e tecnologia militar.

A declaração de Sikorski ocorre em meio a um cenário de perdas significativas para a Rússia no conflito, com mais de 500.000 soldados russos mortos ou feridos, segundo estimativas do Estado-Maior da Ucrânia. Este número impressionante reflete a intensidade e a brutalidade do conflito em curso.

Fonte: The Kyiv Independent